Às vezes

Sei que a maior parte das pessoas sempre pensaram que eu vivia da cura de um grande amor, pelos meus textos. Mais que isso, um amor que não foi possivel. E escrevi sobre isso durante algum tempo, e com certa legitimidade o pensaram, apesar de apenas ser uma meia verdade, eu vivi realmente algo bonito, que me motivou  a escrever tanta coisa, que escrevi com todo o sentimento, para que quem lesse, compreende-se, para que quem lesse sentisse que alguem tambem já tinha sentido o mesmo alguma vez na vida. Sei que muita gente que se deu ao trabalho de vir aqui mais que uma vez devia ter pensado "oh tadita!", ou "Raios parta a gaja que já chateia com a mesma conversa!", mas até eu me cansei do textos que falaram da mesma coisa, o tempo inteiro, escrevo isto agora, para dizer, que tudo o que leram teve algum sentido numa altura, mas que foi sempre um amor de parte a parte, correspondido, concretizado. Até deixar de fazer sentido há algum tempo. Que me roubou anos, que me trouxe tanta coisa boa. Sem que tivesse de invejar nenhuma relação. Somos nós, com os nossos passos, que vamos fazendo o nosso próprio caminho. Há quem corra demasiado depressa e perca a alma no trajecto, há quem mude de ideias e arrisque um atalho, há quem não saiba escolher a melhor direcção quando chega a uma encruzilhada, há quem deixe pedras pelo caminho para não se perder, se precisar de voltar para trás.Acho que inconscientemente o fui fazendo, e hoje com o que tenho sinto-me contente por isso.A todos, acreditem no que querem e sentem, em qualquer das "fases", principalmente na altura de continuar."Às vezes é preciso mudar o que parece não ter solução, deitar tudo abaixo para voltar a construir do zero, bater com a porta e apanhar o último comboio no derradeiro momento e sem olhar para trás, abrir a janela e jogar tudo borda fora, queimar cartas e fotografias, esquecer a voz e o cheiro, as mãos e a cor da pele, apagar a memória sem medo de a perder para sempre, esquecer tudo, cada momento, cada minuto, cada passo e cada palavra, cada promessa e cada desilusão, atirar com tudo para dentro de uma gaveta e deitar a chave fora, ou então pedir a alguém que guarde tudo num cofre e que a seguir esqueça o segredo.". 
Sei ainda, que existe um tempo para lutar, viver e desistir. Vivi todos os tempos na altura certa, por mais tempo que eu tenha demorado. E agora, sei que a pouco e pouco um novo tempo virá, e com ele um único e grande novo amor.