A amizade

Eu tenho uma profunda admiração pelas pessoas a que chamo de amigos, não são só pessoas que conheço, são pessoas que conheci, um dia, e que decidi atravessar uma barreira que crio em torno de mim.
O meu conceito de amizade, é diferente do que era há uns anos, hoje perder um amigo, perder um amigo de qualquer uma forma, leva de mim uma parte que nunca mais voltará, como se fragmentasse algo que encaixa em mim com todo o sentido, em plenitude. Sou portanto dependente de um conjunto de pessoas, que não consigo ver longe.
Nunca perdi amigos, que escolheram partir livremente.
Porque quem parte das nossas vidas, por fiel vontade, não passa de alguém que um dia esteve confortável na nossa vida, mas quando teve uma certa comichão se pôs a andar.
Perdi desta forma uma amiga, ou mais que isso até. Acho que o ego, ás vezes nos ultrapassa, estranhamente deixei-a partir, abri-lhe a porta para nunca mais voltar.Senti uma profunda saudade, e hoje sei como me sinto arrependida de todos os sentimentos de pena que senti por ela.
Hoje, sinto que alguém me recompensou, abençoou, gratificou por tudo. Tenho o privilégio de ter ao meu lado um núcleo perfeito e firme. Porque eu mereço, porque estas pessoas a que chamo amigos, merecem.
O mais engraçado, é que não consigo perdoar amigos, jamais perdoaria, porque o meu conceito de amigo é tão encantador, que é crime não o corresponder.
A amizade não vai e volta, a amizade, ou vai e não fica, ou fica e não vai.