Nunca o vi reluzir

É assim que conservo tudo o que sou. Acreditando. (Não estou a escrever nada em brasileiro), mas achei que devia dar a ideia de longitude e paciência que isto acarreta, acredito nas pessoas até á ultima instância. Absorvo as pinguinhas de bondade mesmo que mal se vejam. Uma vez fomos á feira popular, e eu não queria ir. Ficamos num hotel com muitas luzinhas, e lembro-me que foi nesse dia á noite que tentei testar se "a teoria do contar carneiros, leva a ficares sedado" tinha efeito, sem me questionar se não haveria um animal mais fácil de imaginar, estava no intermédio entre o êxtase do que me esperava e o de estar ali, tinhas muitas moedas para os carrinhos, e sobe e desce, e eu pensei que fosses bastante rica, e tudo estava bem. Estava contente. Mesmo que fosse a pessoa que até hoje, mais odiei,


porque a minha avó sempre disse que eu tinha um coração de ouro, e eu nunca o vi reluzir.